sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

da solidão e nada mais

Vergílio Ferreira em Carta ao futuro deixou escrito:

"Todo o homem morre só; mas nem todos o sabem. Recuperar em cada acto a solidão original de uma morte verdadeira é o profundo acto humano de quem não quiser perder, de quem deseja eliminar essa zona que se interpõe entre a mentira de tudo e a verdade iluminada de nós próprios, essa zona que é o baldio para os outros e com a qual se constrói a 'psicologia das multidões'".

E assim é. Depois de nada termos descoberto sobre as razões de termos nascido, a morte leva-nos para algures (ou nenhures) que nos é totalmente desconhecido. As descobertas são muitas e diversas, mas o nascer e o morrer, a solidão e a angústia em que se encontram mergulhados estes essenciais marcos da vida humana, permanecem como sempre estiveram: inacessíveis a qualquer tipo de experiência humana.