Do desejo de planar sobre a existência ou o abismo do que permanece
lê-se na 'introdução' a este excelente filme:
“Quando a criança era criança,
caminhava de braços pendentes
queria que o ribeiro fosse um rio,
o rio uma torrente, e este charco, o mar.
Quando a criança era criança,
não sabia que era criança
tudo para ela tinha uma alma,
e todas as almas eram uma só.
Quando a criança era criança
não tinha opinião sobre nada,
não tinha hábitos,
sentava-se muitas vezes de pernas cruzadas,
depois desatava a correr,
tinha um remoinho no cabelo
e não fazia ar grave nas fotografias.”
Metáfora sobre o que muda e o que permanece na assunção de um crescimento que aumenta o desejo de voar na proporção inversa em que as asas deixam de bater.