Sobre o todo e as partes Umberto Eco sublinha que "é sempre anti-histórico e imprudente pretender separar aquilo que é para nós aceitável daquilo com que não se concorda, o que se considera válido daquilo que parece ser contestável". Ou seja, tudo que se pensa e medita, como dizia Fernando Pessoa "fica sempre a metade", aquela que é dita e aceite e a outra que se rejeita e se cala. O princípio da individuação fez-nos perder o sentido do todo e o que apenas é fragmentário passou a surgir como a realidade toda.
quarta-feira, 25 de março de 2015
terça-feira, 17 de março de 2015
De Deus que apenas É
Nasce um deus. Outros morrem.
A Verdade
Nem veio nem se foi: o Erro mudou.
Temos agora uma outra Eternidade,
E era sempre melhor o que passou.
Cega, a Ciência a inútil gleba lavra.
Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.
Um novo deus é só uma palavra.
Não procures nem creias: tudo é oculto.
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa diz neste belo poema que pensar que há vários deuses, que nascem e morrem, é transferir para o divino a estrutura do pensamento humano.
Deus não nasce nem morre: apenas continua a Ser. A mobilidade e a degradação não lhe pertencem pois são atributos humanos.
Essa eterna permanência de que Deus é manifestação é do domínio do oculto porque nenhuma linguagem natural a conseguirá revelar.
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