quarta-feira, 9 de julho de 2014

 O Encoberto, Lima de Freitas
E eis que de novo, em 2014, na ressaca da pior recessão portuguesa dos últimos cem anos, os messiânicos voltaram. Estes não estão encobertos, toda a gente os conhece desde a revolução de abril de 1974. Foram nados e criados na política: um dá por nome Costa e deu o maior golpe político do século  no seu chefe de fila, o Seguro (se fosse o contrário, o que não se escreveria e diria!, mas este fê-lo em nome da verdade e respondendo a um chamamento transcendental, o que para alguém que não é crente, não deixa de ter piada!); o outro dá por nome de Rio e deixou a segunda Câmara do país com as contas arrumadas, o que já não é mau, mas de obras relevantes, os olhos abrem-se, mas nada vêm, nem do varandim da torre dos clérigos
Quanto a verdadeira obra, o Costa anda há cerca de três décadas de parlamento em parlamento, de ministério em ministério, e o que sabemos da excelência do trabalho em tão altos cargos é zero. Agora na Câmara da capital, a que concorreu impulsionado pelo seu grande amigo e estadista de excelência Sócrates, lá arranjou alguém competente, o sr Salgado que foi fazendo obra, mesmo que pouca, enquanto o Costa recebia as palmas.
Ora já se antevê o que os novos messias vão garantir logo que cheguem ao poder: incompetência e status quo mendigando perdões e compreensão pelo nosso estado de necessidade, os privilegiados continuam como estão, o povo com as migalhas que lhes são distribuídas e os políticos seus correligionários com uma corte cada vez maior, onde vão trocando de lugar para manter tudo na mesma - pobre e atrasado, gastando nos seus vencimentos e restantes benesses o que cobram em impostos ao povo anónimo que trabalha para os alimentar.
Esta gente já mostrou do que é capaz e de facto a obra não abunda, só um povo pobre e sujeito como o português é que não consegue distinguir a obra de uma vida e a vida de uma obra, e os novos sebastianistas que aí vêm, de obra parca e já longa vida política, prometem muito mas serão um verdadeiro fiasco. Esperem para ver!