sábado, 30 de novembro de 2013
Portugal hoje ou a extensão do Portugal de ontem
Escrevia Teixeira de Pascoaes na Arte de ser português (1915)
“A verdadeira independência consiste
em vivermos à nossa conta económica e moralmente; e a verdadeira liberdade consiste
em obrarmos em nosso próprio nome, em sermos nós em nossas obras e pensamentos”.
Palavras de um republicano
convicto das vantagens do novo regime, cinco anos após a revolução e com meio
caminho já percorrido para a grave crise política e económica que estava no
horizonte de Portugal e suas gentes.
Novamente em tempos de soberania comprometida pelos recorrentes problemas
financeiros, em que os políticos de esquerda e quase todos os de direita, anseiam
pelo perdão da dívida, aqui fica o conselho de um dos maiores pensadores da
alma portuguesa. Viver de mão estendida à caridade alheia não é prudente e
oprime um povo e as suas gentes às contingências dos caprichos alheios. O povo
português, com troika ou sem troika, tem de reconquistar o sentimento da
independência e da liberdade, qualidades distintivas da sua maneira de ser e de
se afirmar. Primeiro devemos pagar o que devemos, depois reinventar o que
queremos ser. sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Por agora
o tempo que encoberto se deixa antever e um belo poema de Tolentino Mendonça
Fragmento do Livro da Sabedoria
"A tua seta atirada ao alvo
fende o céu
e este logo se une
Poeira levada pelo vento
espuma dispersa pela tempestade
lembrança do viajante
que se demora apenas um dia
Tudo é sombra que passa"
in J. Tolentino Mendonça, A noite abre meus olhos
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