quarta-feira, 28 de setembro de 2016

O Pudor dos sem pudor. A autarquia do Porto e o assalto aos cidadãos

Agora o caso dos parquímetros. É legítimo as autarquias sitiarem os seus moradores?

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Os moradores da cidade portuense, veem-se, novamente, penalizados por mais umas taxas: o alargamento indiscriminado dos parquímetros.
estamos todos de acordo que é necessário por alguma ordem no estacionamento. Contudo o que se passou com o aumento de lugares pagos é um ataque aos moradores da cidade. Sei que é difícil arranjar dinheiro para os escandalosos salários dos autarcas (a maior parte deles incompetentes) e as suas mordomias e manter satisfeitos aqueles que os elegem que normalmente moram nos bairros sociais, pagam rendas baixas e têm acesso a quase tudo gratuitamente: festas quase semanais, usufruto de bens socias, etc.
Mas qual é a moralidade (e a legalidade) de o cidadão médio sustentar esta dita democracia?
Sim. A baixa e outras zonas condicionadas devem ter o estacionamento pago. Mas locais junto a praças como a Boavista ou a Velasquez, que para além do mais são espaços que devem ser usufruídos pelas famílias, devem ser taxados? Há muitas famílias que gostam de levar os seus filhos, mesmo quando bebes, ter contacto com a natureza nesses espaços verdes. Se moram a cerca de 1 quilómetro é natural que usem as viaturas. Mas já será natural que para pararem junto a esses espaços, tenham que pagar para estacionar? Desta forma, levar os filhos para a natureza tem logo um custo de cerca de 3 euros de estacionamento. 
Será isto aceitável para os cidadãos, que continuam a ser os mesmos e os únicos que pagam IMIs elevados, taxas diversas entre elas pela rampa de acesso às garagens dos prédios que tantas vezes é invadida dificultando ou impossibilitando a circulação de quem paga um serviço? A camara pelos vistos tem muitos polícias a fiscalizar os parquímetros, mas que nada ligam a esses que invadem o acesso, que também é pago, ou que o dificultam estacionando por largos períodos nas zonas onde o estacionamento é proibido. 
E que dizer quando um habitante a caminho de casa para numa dessas muitas zonas sitiadas de parquímetros vai comprar pão? tem de pagar uma fracção de estacionamento mais cara que o produto que vai adquirir, ou deixar a viatura a dezenas de metros para comprar os 4 pães do costume?
Será lícito que um trabalhador normal que tenha um local de trabalho numa destas zonas, a fazer dinheiro para as taxas e taxinhas, impostos e impostozinhos, tenha que pagar em 8 horas de trabalho cerca de 10 euros de estacionamento diário?
O sr presidente indignado por um estudante o questionar sobre o porquê dos parquímetros junto às escolas superiores terá respondido que quem tem carro, paga IMT, seguro, combustível... então, também pode pagar estacionamento. Com certeza poderia ser assim, se o estacionamento tivesse uma taxa anual por exemplo igual ao IMT. mas pagar por 6 horas diárias que esteja na escola, cerca de 9 euros o que dá cerca de 45 euros semanais, será admissível?
Seria tempo das classes que pagam os desmandos dos autarcas começarem a ter outro tipo de reacção. É inconcebível que nas grandes cidades 15 ou 20% da população continue a sustentar a alta burguesia dos autarcas e seus apaniguados bem como os pequenos agrados daqueles que os mantêm no poder. Se isto é o preço da democracia, eu prefiro um outro governo, que não me tire do bolso praticamente aquilo que ganho para transferir sem qualquer pudor para o funcionamento democrático destas instituições que mais parecem carteis oficiais de extorsão.
Todos os que moram numa cidade são cidadãos de igual valia e todos devem contribuir para o bem comum conforme as suas possibilidades. Mas uns contribuírem com tudo e outros com nada, não é o mais correcto.