sábado, 24 de maio de 2014

Os maus são sempre os outros

 Manuel Laranjeira, escrevia a 26 de junho de 1908: "A desgraça de Portugal são os seus grandes estadistas. foram eles - por isso se chamam estadistas - que nos puseram neste estado.
E, como se vê transparece do desenrolar dos últimos factos políticos, - ça continue...".
Mais de um século passou. A monarquia que agonizava acabou por "transferir" o poder para os republicanos que regozijavam. Os estadistas sucederam-se e com eles as desgraças do país. Nos primeiros tempos, conduziram o povo à pobreza e à bancarrota que desembocou na ditadura do Estado Novo. Finda esta e com o estabelecimento da democracia, os grandes estadistas, desde Mário Soares à actualidade - 40 anos de democracia - levaram Portugal a três bancarrotas, curiosamente sempre pela mão dos estadistas de esquerda - e outros tantos períodos de sacrifício extremo para o povo humilde e desgovernado. Na terceira bancarrota, a actual, pulula a vergonha: os estadistas que nos arruinaram fazem contratos com as estações públicas de televisão para se autoglorificarem, outros, que passaram e passam a sua existência a ocupar as vários cadeiras dos ministérios governativos, saltitam de estação em estação de tv ou rádio, de coluna em coluna de jornais, a criticar o estado a que chegou a nação e aqueles que agora têm que fazer algo para que a ruina possa ser estancada.
Afinal Portugal mantém-se igual ao que sempre foi: entregue as estadistas - anteriormente incompetentes politicamente, mas possuidores de uma profissão, hoje incompetentes na política e sem saberem fazer mais nada - que se perpectuam no poder, arruinando pacatamente o país que lhes garante o estatuto, a riqueza e a "fama". 
E parece que tudo está bem pois todos aplaudem, acham natural e de certa forma tudo toleram, tudo desculpam, tudo aceitam... com um povo assim, promiscuo e pouco exigente, os estadistas hão-de continuar a ser o que vêm sendo há vários séculos: um bando de incompetentes que se servem do povo, sem qualquer ética, moral ou pudor. Afinal, durante todos estes séculos Portugal tem sido tão igual, tão coerente... um povo que vai revezando e aclamando a incompetência de um exército cada vez maior de estadistas incompetentes a troco de sacrifícios e de lutas constantes para poder sobreviver...