Escrevia Teixeira de Pascoaes na Arte de ser português (1915)
“A verdadeira independência consiste
em vivermos à nossa conta económica e moralmente; e a verdadeira liberdade consiste
em obrarmos em nosso próprio nome, em sermos nós em nossas obras e pensamentos”.
Palavras de um republicano
convicto das vantagens do novo regime, cinco anos após a revolução e com meio
caminho já percorrido para a grave crise política e económica que estava no
horizonte de Portugal e suas gentes.
Novamente em tempos de soberania comprometida pelos recorrentes problemas
financeiros, em que os políticos de esquerda e quase todos os de direita, anseiam
pelo perdão da dívida, aqui fica o conselho de um dos maiores pensadores da
alma portuguesa. Viver de mão estendida à caridade alheia não é prudente e
oprime um povo e as suas gentes às contingências dos caprichos alheios. O povo
português, com troika ou sem troika, tem de reconquistar o sentimento da
independência e da liberdade, qualidades distintivas da sua maneira de ser e de
se afirmar. Primeiro devemos pagar o que devemos, depois reinventar o que
queremos ser.
Sem comentários:
Enviar um comentário