É com simplicidade que João afirma que a Verdade habita em cada um de nós, mesmo que oculta. E porque assim parece ser, é a poesia que nos coloca mais perto dela.
Eis um desses exemplos num belo poema de António Franco Alexandre:"Verdade, somos iguais
temos quase a mesma idade
o sangue a esmo que escorre
a vertente dos sinais
rasgamos sombra na chuva
o corpo aberto ao jamais
luva em luva nos abrimos
cada qual com sua chave
demasia nos visita
no som pálido das horas
o erro nu nos demora
cada um por si imita
o som branco dos demais
verdade, somos iguais"
António Franco Alexandre, A pequena face (1983).
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