quarta-feira, 25 de novembro de 2015

instruir e libertar



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Joseph Jacotot (1770-1840) previa no seu método para a emancipação intelectual, como escreve Jacques Rancière no ensaio que lhe dedicou O mestre ignorante - ed. portuguesa Pedago - o seguinte resposta que terá dado a M. Banhe Ministro da Instrução pública quando, expressamente, o consultou: "O que é preciso, pra organizar a instrução que o governo deve ao povo e que pretende fornecer sobre os melhores métodos?" Terá respondido Jacotot: "Nada, o governo não deve instrução ao povo, pela simples razão de que não se deve dar às pessoas aquilo que elas podem conquistar por si próprias. Ora, a instrução é com a liberdade: não se concede, conquista-se". 
Estávamos na primeira parte do século XIX, mas mesmo que ainda não se avistassem as políticas educativas libertárias nem tão pouco as emancipadoras de que o grande expoente é Paulo Freire (1921-1997), temos aqui o percursor no qual o universalismo educativo dos estados democráticos na actualidade, na ansia de formar os cidadãos, poderiam colher bons conselhos, nomeadamente: que a instrução não se deve tornar obrigação, mas sim desejo; que não deve servir para ganhar a vida mas sim para viver a vida; que não deve ser considerada como ofício, mas sim como brincadeira, que não deve ser obrigatória, mas livre.  
Aprender com os antigos é sempre o melhor remédio.

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